Arquitetura e bem-estar - Amauri Berton

Arquitetura e bem-estar

Arquitetura e bem-estar

Não é novidade para os arquitetos e estudiosos da mente como o nosso bem-estar
está interligado ao espaço em que vivemos. Por isso existe uma tonelada de estudos
científicos sobre a interação desses dois fatores e os seus impactos na nossa vida.

As condições de escala, iluminação e proporção nos afetam mais do que imaginamos, assim como os materiais e suas texturas à nossa volta, trazendo à tona um ciclo de emoções positivas ou negativas sem tempo de descanso.

Necessitamos da psicologia e da arquitetura para criar espaços que sejam agradáveis e que influenciam nossa experiência de maneira positiva, colocando nosso cansaço mental de lado. Afinal quem nunca se sentiu de cabeça pesada, por exemplo, após permanecer em um ambiente fechado com pouca iluminação natural e com luzes artificiais fortes?

 

Tudo influencia no nosso bem-estar, desde uma cadeira pouco confortável à iluminação que machuca nossos olhos. Nosso subconsciente está atento a tudo e imperativamente nos dá respostas aos estímulos, negativa ou positivamente. Em outras palavras, os detalhes dos espaços em que utilizamos estão simultaneamente sendo processados a todo momento, mudando nossas emoções.

 

Pode se dizer então que a arquitetura e o design de interiores tem uma conexão forte e profunda com a psicologia humana. Por tanto é responsabilidade inerente do profissional buscar soluções que tragam o bem-estar dos usuários.

As dicas que elencamos aqui no Blog sempre priorizam o bem-estar pessoal, como por exemplo, utilizar-se de ventilação e iluminação natural, iluminação adequada a cada ambiente, revestimentos e mobílias em cores de paleta que reflitam agradável aos olhos, plantas internas e externas na casa, entre outros.

Um espaço com cores neutras, iluminação e ventilação natural, com plantas e móveis confortáveis, normalmente traz tranquilidade e segurança para as pessoas, fazendo com que elas se sintam bem e relaxadas.

 

Cada local é pensado em seu propósito, então para um escritório, por exemplo, o ambiente será desenhado e executado para trazer concentração e produtividade dos usuários. Afinal o espaço em que trabalhamos tem um papel fundamental no nosso dia a dia.

 

O fato é que a psicologia do espaço impacta diretamente ou indiretamente no comportamento de uma pessoa, independente de quais sejam as sensações provocadas, portanto, a união dessas matérias – psicologia e arquitetura – é necessário para desenvolver projetos com soluções de maior qualidade de vida aos residentes e usuários.

 

É bom manter em mente que a arquitetura se transforma com a sociedade, portanto, em resposta à revolução industrial, surgiu o fenômeno do “empilhamento” que nada mais é do que consequência das cidades que foram lotadas de pessoas, assim as residências se tornaram cada vez menores para comportar um número cada vez maior de habitantes nas cidades. Recentemente, em razão da psicologia ambiental, passamos a ter mais consciência dos impactos desta ação, e como isso afeta nossa qualidade de vida. 

 

Os arquitetos precisam ser sensatos ao projetar um ambiente em um espaço urbano, incluindo a segurança, sociabilidade, orientação, iluminação, ventilação, cores e texturas, pensados todos para atender a qualidade de vida, em qualquer ambiente urbano.

 

Veja mais sobre iluminação em: A iluminação ideal de acordo com o seu ambiente (archy.me)

Muitas dessas características ambientais
não podem ser vistas ou aprendidas por nossos sentidos,
mas ainda assim são capazes de influenciar diretamente
o nosso comportamento ou humor.

Contudo, a falta de critérios objetivos, ou seja, fórmulas consolidadas, faz com que ainda seja muito complicado definir de maneira clara como a psicologia pode ser incorporada ao projeto. Essa psicologia é subjetiva, ou seja, ela ainda está subordinada à sensibilidade, criatividade e parcialidade daqueles que projetam.

Por outro lado, a criatividade pode tornar nosso dia a dia menos repetitivo, trazendo uma experiência espacial totalmente nova, afetando nosso humor e saúde mental.

Quando falamos de arquitetura pensada no bem-estar, também falamos de arquitetura pública de uma cidade, já que ela também nos influencia. 

A sensação de conforto e bem-estar em uma cidade
é profundamente dependente das relações que podem ser criadas entre a estrutura do espaço e a presença do corpo humano, e como seus elementos podem afetar cada um de nossos sentidos.

Assim, espaços de interação são essenciais não só nos ambientes públicos, como também em nossas casas, como as churrasqueiras e os quintais. 

Recapitulando, nosso bem-estar é resultado não só de nossas vivências, como também do espaço em que vivemos, portanto, vamos criar e reformar ambientes que nos tragam sentimentos positivos, podendo inclusive ajudar no combate à depressão, asma e doenças cardíacas.

Hoje você pôde observar como nosso bem-estar é influenciável pela arquitetura ao nosso redor. Você já sabia? Conte para nós!